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Mostrando postagens de abril, 2020

Ned de Glamorgan, um homem de que lugar?

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Retrato de Iolo Morganwg retirado da capa do livro "Y Digymar Iolo Morganwg" de Jenkins Pa gur yn y beirdd?  Existe um conto do ciclo Arthuriano que denomina-se Pa gur yn y por thaur? (traduzido como “Que homem é o porteiro?”) onde ocorre um diálogo entre o rei Arthur e o porteiro Glewlwyd Gafaelfawr. Muitas proezas Arthur conta ao porteiro, recordando tempos de glórias e batalhas, nos lembrando em sua essência arquetípica que as nossas raízes e histórias são os aspectos que nos definem no mundo, informando quem somos para que o porteiro do destino abra passagem para novas experiências e vidas. Usando como analogia esse poema, pergunto a você: Pa gur yn y beirdd? (“Que homem é o bardo?”). Quem era Iolo Morganwg? Como foi sua infância e juventude? Que tipo de aspirações tinha? À que lugar ele pertencia? Qual foi seu legado? Por que esse homem merece ser lembrado?  De forma simplista, sabemos que Iolo Morganwg é pseudônimo de Edward Williams (1747-1826), de

Ned de Glamorgan, um homem de que tempo?

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Retrato de Iolo Morganwg. Artista: Ap Caledfryn, 1837-1915  Um Bardo me chama...  Faz algum tempo que personagens históricos do renascimento do Druidismo Moderno estão a espreitar meus pensamentos, como se estivessem à espera que a minha curiosidade lhes tenha atenção, no intuito de refletir acerca de sua trajetória enquanto sujeito da História e seu arquétipo ancestral para com a nossa espiritualidade e filosofia. Uma dessas personas assumia o nome bárdico Iolo Morganwg (Ned de Glamorgan - tradução do Galês utilizada no título), também conhecido por Edward Williams, um galês que viveu entre os meados do século XVIII e os brotos do século XIX no País de Gales.  Essa jornada começou há alguns dias atrás quando dei início à leitura do livro O Alfabeto Coelbren – O oráculo esquecido dos bardos galeses de Jonh Michael Greer (tradução disponibilizada pela amiga de fé Mah Búadach), que com muita maestria dedica um capítulo inteiro a vida de Iolo Morganwg – coisa que

O Mítico Poder Nônuplo

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 "The Cauldron of Inspiration" de E. Wallcousins (1912) Da observação de que o número 9 (nove) é diversas vezes referido em mitos e histórias da tradição druida antiga e contemporânea, comecei a refletir que esta provavelmente é uma poderosa numerologia celta. Devo isso a matrona e madrinha Blodeuwedd que me abriu à energia desse número. O compreendi como uma força ou mesmo um sistema que rege boa parte do que consideramos o fazer druídico. A chamo de Nawfed Pwer (Nona Potência), um termo em galês para denominar uma vivência espiritual de gnose e de estudo das narrativas célticas. Acredito que foi a forma mais honesta para denominar essa ideia religiosa que também se apresentava nova para mim e do qual decidi expô-la.  Ela é feminina, como a Deusa Branca, um aspecto com nove rostos ou personas. A nona potência está presente na Awen (inspiração divina bárdica), na constituição material/espiritual de um ser, nos feitiços druidas, na formação de um guerreiro, no trei

O Conceito Druídico de Nwyfre

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O Conceito Druídico de Nwyfre por Sencha The Druid © 2013  Postado originalmente em 8 de Setembro de 2013 no site Witch Vox. Tradução e adaptação por Llewellyn Mawr fab Blodeuwedd © 2015 Obra do artista russo Andrey Shishkin O conceito druídico de “força vital” foi incorporada na palavra Nwyfre . A palavra Nwyfre é uma palavra do Galês Médio que significa “céu” ou “vigor”. Foi geralmente utilizado para se referir a um céu tempestuoso. Iolo Morganwg popularizou seu uso como uma “palavra mágica”. Ele provavelmente entendeu mal a etimologia da palavra, que originalmente não tinha nenhuma conotação mística, mas Nwyfre assumiu uma vida própria (sem trocadilhos) entre os círculos druídicos contemporâneos. O caminho dos druidas modernos usa a palavra, que agora significa “força vital” ou “energia vital”. Pense em “A Força” da série de filmes Guerra nas Estrela , e você terá uma aproximação grosseira do que Nwyfre significa para um druida.  Para um druida, tudo está vivo, i